O fim do ano é aquela época onde objetivamos tudo aquilo que não conseguimos fazer no ano que se despede. É o tempo de colocar no papel todas as coisas ainda por fazer e dar boas vindas com aquele gostinho de coisa nova. Também é o momento de fazermos uma retrospectiva daquilo que foi ou não proveitoso no ano. 2012 não poderia ser diferente para nós, claro. Foi um ano realmente bom na música, tanto em lançamento de discos quanto para estréias incríveis que prometem se destacar em 2013. É aqui que entramos com nossas listas de fim de ano, apresentando os discos que marcaram presença nos ouvidos e nas playlists de todo mundo.
Nossa primeira lista foi realizada por vocês leitores. Há uma semana atrás lançamos uma enquete no Facebook perguntando qual era o melhor álbum de 2012. A votação foi um sucesso e chamou a atenção com os 10 discos mais ouvidos do ano, na opinião dos leitores. Lançamentos de Azealia Banks, Two Door Cinema Club, Crystal Castles e Ellie Goulding, conseguiram se destacar entre os melhores do ano com o voto de cada um. Ainda teve lançamentos como os da Cat Power, Mika, Grimes, Bat for Lashes e Passion Pit, que conseguiram boas indicações, mas infelizmente não entraram na lista definitiva. Sem delongas, confira abaixo os melhores discos de 2012, na opinião dos leitores.
01 LANA DEL REY » BORN TO DIE
Interscope Records
Definitivamente o ano foi de Lana Del Rey. A cantora e compositora estadounidense começou sua carreira lançando vídeos caseiros no Youtube com suas músicas. "Video Games" foi uma das primeiras canções que ouvimos e a partir daí foi amor à primeira "ouvida". Não demorou muito para o seu sucesso alavancar com o lançamento do (tão esperado) disco Born to Die. A faixa-título abriu portas para uma super produção de Yoann Lemoine, mais conhecido como Woodkid. Lana Del Rey foi a celebridade mais mencionada e procurada na internet. Seu reconhecimento oscila entre as péssimas apresentações ao vivo e os ótimos vídeos, que mais parecem curta-metragem de um grandioso filme romântico. Além disso, foi neste ano que a cantora foi convidada para estrelar as páginas do catálogo da marca de roupas H&M, onde vêem Lana como "uma mulher feminina moderna com uma atitude delicada" que se tornou rapidamente um "ícone de estilo". Em novembro, a cantora relançou seu disco de estréia com mais oito canções inéditas, dentre elas "Blue Velvet" (a antiga canção usada no filme de David Lynch) e o single mais recente "Ride". O relançamento ganhou o nome de Born to Die: The Paradise Edition.
Para ver e ouvir: Video Games (♫), Blue Jeans (♫) e Blue Velvet (♫).
02 MARINA AND THE DIAMONDS » ELECTRA HEART
Warner Music
Preferência entre os admiradores da música electro pop, Marina and The Diamonds lançou em abril deste ano, o seu segundo disco de inéditas intitulado Electra Heart pela Warner Music. O trabalho trouxe a produção de gente importante como Diplo, Dr. Luke, Rick Nowels, Stargate, DJ Chuckie e Cirkut, que deram uma cara mais comercial ao trabalho da inglesa. Há quem diga que é o melhor álbum do ano, há quem diga que Marina Diamandis encontrou sua verdadeira essência neste trabalho. Electra Heart conseguiu debutar em 1º lugar nos charts britânicos e tem sido destaque nos charts da Escócia e Irlanda. No Brasil, conseguiu ainda mais reconhecimento com o singles "Radioactive" e "Primadonna".
Para ver e ouvir: Primadonna (♫), Radioactive (♫) e Starring Role (♫).
03 ELLIE GOULDING » HALCYON
Polydor Records
Halcyon é o segundo álbum da inglesa Ellie Goulding, lançado no dia 05 de outubro pela Polydor Records. Gravado entre os anos de 2011 e 2012, a produção deste trabalho conta com Jim Eliot, Billboard, Starsmith, MONSTA, Mike Spencer e Justin Parker. O disco ainda conta com colaborações de Calvin Harris e Tinie Tempah. Elogiado pela crítica como um dos melhores lançamentos de 2012, Ellie Goulding revela-se madura nas composições e parcerias, conquistando os corações dos mais afoitos pela música pop sem rótulos.
Para ver e ouvir: Anything Could Happen (♫), Figure 8 (♫) e I Know You Care (♫).
04 THE XX » COEXIST
Young Turks
"O tempo foi sem dúvidas o maior aliado na curta e bem resolvida trajetória do The XX. De todas as transformações que acompanharam a vida de cada um dos componentes da banda nos últimos anos, como o desligamento da baixista Baria Qureshi (que deixou o grupo ainda em 2009) além do carinho/pressão do grande público, a longa espera entre o primeiro álbum, XX, e o recente Coexist (2012, Young Turks) foi de maneira inegável a atitude mais inteligente aplicada pela banda – ou quem quer que esteja por trás do gerenciamento dela. O espaço temporal relativamente longo entre um trabalho e outro garantiu que o soturno debut pudesse ser absorvido com parcimônia e completude pelos mais distintos públicos, convertendo a bem diluída estreia dos ingleses em um clássico natural e imediato". (Cleber Facchi, Miojo Indie)
Para ver e ouvir: Angels (♫), Reunion (♫) e Chained (♫).
05 TWO DOOR CINEMA CLUB » BEACON
Kitsuné
Batizado de Beacon, o mais recente trabalho da banda irlandesa Two Door Cinema Club foge da pegada dançante com letras cativantes, como foi ouvido no primeiro álbum Tourist History. Isso não é um ponto negativo, diga-se de passagem. Deixando de lado toda a energia de um trabalho de estréia para dar vazão às composições, este consegue se destacar entre os discos com maior visibilidade em 2012 (seja com críticas boas ou ruins). O segundo disco deixa claro um trabalho de mudanças na proposta da banda. Apesara de toda essa desconstrução, os rapazes ainda colhem bons frutos do seu trabalho feito lá em 2010.
Azealia Banks não é só uma "máquina de lançar músicas novas", como também é uma das revelações mais deliciosas da segunda metade de 2011 e 2012. Para quem não se lembra, a rapper conquistou corações e pistas de dança com o hit "212" - uma mistura entre o instrumental de Lazy Jay e versos bem colocados criados pela própria cantora (que também gosta de ser chamada de letrista). Em 2012 vimos sua ascenção na música comercial com o lançamento do primeiro registro 1991 EP e a mixtape Fantasea, um compilado de 19 canções que ela gosta de chamar de "trabalhos não acabados e retalhos de coisas antigas que merecem ser ouvidas". Apesar de não ser um registro com a proposta de lançamento mundial, o trabalho conseguiu se destacar com ótimas canções e parcerias de sucesso. Trata-se de uma prévia do que os fãs irão encontrar no seu primeiro (e definitivo) disco de estréia a ser lançado no próximo ano. Destaque para as canções "Fantasea", "Fierce", "Esta Noche" e "Fuck Up The Fun", produzida por ninguém menos que Diplo.
Para ver e ouvir: Luxury (♫), Atlantis (♫), Fierce (♫) e Esta Noche (♫).
07 ICONA POP » ICONA POP
Universal Music
As suecas Icona Pop foram uma das revelações mais deliciosas do ano, que teve sua estréia aliada nas redes sociais. É cada vez mais visível a quantidade de artistas que surgem por todo o canto do mundo lançando músicas e vídeos bem produzidos por pouco: sua atenção. Foi o caso da dupla formada por Caroline Hjelt e Aino Jawo, que lançaram em 2011 algumas canções no Facebook e blogs (alguns quase independentes). O reconhecimento maior aconteceu neste ano com o lançamento do single "I Love It", uma das músicas mais reproduzidas nas rádios e pistas de dança do mundo inteiro. A faixa foi lançada no Iconic EP e também no primeiro disco (homônimo) da dupla, que teve seu lançamento em novembro somente na Suécia. Além das conhecidas, o álbum traz canções como o primeiro single do disco "We Got the World", "Wanna B With Somebody" e "My Party", uma versão dançante da música de Quincy Jones com colaboração do rapper Smiler.
Para ver e ouvir: I Love It (♫), We Got the World (♫), Nights Like This (♫) e My Party (♫).
08 CRYSTAL CASTLES » III
Polydor
"O terceiro disco é o primeiro a ganhar um nome próprio, ou melhor dizendo a numeração romana III, podendo essa ser uma sugestão de maior credibilidade naquilo que tem sido produzido. A melhor novidade para os curiosos é que o véu hype que sempre envolveu a dupla em uma trama fechada e dedicada a um nicho específico segue um rumo um tanto menos agressivo que o comum e cerceado pelos vícios iniciais para dar abertura a ritmos musicais mais definidos e oferecer percepções mais abertas ao público. A melodia, que era quase um mito lá no início, veio tomando forma e agora se torna mais palpável, sem perder os motes iniciais que formaram a estrutura e identidade principal do grupo" (Fernando Galassi, Monkeybuzz)
Para ver e ouvir: Plague (♫), Affection (♫) e Wrath of God (♫).
09 BANDA UÓ » MOTEL
Deckdisc
Produzido por Rodrigo Gorky e Pedro D'Eyrot, integrantes do Bonde do Rolê, o tão aguardado disco de estréia da Banda Uó chegou aos nossos ouvidos na segunda metade de 2012 com a proposta de suprir as expectativas geradas após o EP Me Emoldurei de Presente Pra te ter. A banda, que ficou conhecida por criar versões tecnobregas para hits de Rihanna, Willow Smith e Two Door Cinema Club, ganhou o público neste ano com o lançamento do disco Motel - um dos trabalhos mais vendidos e executados. Motel traz não só referências à música electrobrega, como também abre nossos olhos para um novo conceito na música brasileira, que caminham entre o axé, o sertanejo universitário e a música pop. Com bom humor na medida certa, o disco acerta em cheio e mantém os holofotes para o trio durante todo o ano de 2012. Dentre as colaborações presentes na composição do álbum, estão Preta Gil em "Nêga Samurai" e a produção de Diplo (uma das metades do Major Lazer) em "Gringo".
Para ver e ouvir: Faz Uó (♫), Vânia (♫), Gringo (♫) e Shake de Amor (♫).
10 NO DOUBT » PUSH AND SHOVE
Interscope Records
"11 anos após o lançamento de Rock Steady e 9 anos após Everything in Time, uma compilação de faixas inéditas que poderia muito bem ser considerada como mais um álbum de estúdio do No Doubt, o quarteto californiano ressurge com o álbum de sua vida e cessa a ansiedade que consumia os fãs e a mídia do mundo inteiro. Foi um processo longo, tenso e extremamente desafiador para a banda, que precisava lançar um material superior ao do disco de 2001, que ficou aquém de registros passados e que agregou críticas negativas, em suma, apesar do mesmo ter sido o segundo disco mais bem sucedido da carreira do No Doubt – o primeiro lugar fica com o antológico Tragic Kingdom, de 1995. E parece que o falatório e a pressão não abalaram o grupo. Demorou [muito] paraPush and Shove sair, mas a espera foi bem recompensada para quem acompanha a evolução da banda que, a cada disco, não se mostra apenas mais madura, mas sim repensada. Apesar de ter enfrentado um inacreditável bloqueio criativo, que só foi ultrapassado graças ao direcionamento do produtor Mark “Spike” Stent, em Push and Shove o No Doubt mais uma vez abre a mente e cria um registro que passeia por vários estilos musicais". (Angélica Albuquerque, Tenho Mais Discos Que Amigos)
Para ver e ouvir: Settle Down (♫), Looking Hot (♫) e Push and Shove (♫).
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