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Resenha: a viagem no tempo na década de 80 no disco ‘It’s Immaterial’ do Black Marble



A linha tênue entre a sonoridade e a imagem das produções de Chris Stewart é uma questão sensorial muito prazerosa, principalmente se você nasceu na década de 70, 80 e começo dos anos 90. Para os mais novos, imagine alguma das cenas memoráveis da série Stranger Things, em que Nancy e Steve passeiam de carro ou Jonathan ouve música no rádio: a trilha sonora poderia ser perfeitamente alguma faixa do novo disco do Black Marble.

O cantor, músico, produtor e compositor Chris Stewart não é um novo nome na música. Seu trabalho conta com o EP ‘Weight Against The Door’ (2012), que serviu de prévia do álbum de estreia ‘A Different Arrangement’ (do mesmo nome) lançados. Embarcando na sonoridade lo-fi, post-punk, shoegaze e minimal synth, o Black Marble é uma viagem no tempo pelas décadas em que as séries e filmes traziam trilhas sonoras grandiosas.



O recente álbum do projeto, que nasceu originalmente no Brooklyn e hoje reside em Los Angeles, chama-se ‘It’s Immaterial’ – um compilado de onze faixas que passeiam entre o synthpop do Depeche Mode com a aura depressiva e nostálgica do Joy Division, jogos de videogames, como o Atari (presente na “Interdiction” do trabalho), e o rock lisérgico e sujo de uma época bem saboreada.



Canções conhecidas do registro, como “Frisk” e “Woods”, divulgadas previamente na promoção do disco, resgatam a vibe eletrônica e sintetizada com direito a efeitos nostálgicos especiais – inclusive nos vocais modificados de Stewart. A fantasia e o amor são temas que prevalecem em boa parte do disco, talvez os elementos necessários de uma composição que nos faça feliz somadas às inspirações passadas.



Em certos pontos do disco, como em “It’s Conditional” e “Missing Sibling”, o experimentalismo no melhor estilo garage ressurge das cinzas para mostrar que até mesmo as novidades do século XXI conseguem ser tão boas quando o assunto é produção.

Boa parte das músicas presentes em ‘It’s Immaterial’ soam parecidas com a sonoridade punk do The Smiths e The Cure. Há momentos em que a produção flui positivamente entre a synthwave e o post-punk, motivo pelas quais o Black Marble existe. É um disco com referências saudosas, mas sem perder a estética das produções atuais. Chris Stewart estava certo ao criar um disco que flerta com temas da metafísica encorpados em canções para celebrar a década de 1980.





Para quem gosta de: Neon Indian, Joy Division, DIIV, The War on Drugs e The Smiths.

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