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Resenha: Jacob Banks – ‘The Paradox’



A primeira vez em que escutei 'The Paradox', segundo EP do britânico Jacob Banks, logo me lembrei do trabalho de um conterrâneo que marcou o pop e o soul nos anos 90: Seal. Ponto positivo para Jacob nos corações de quem canta "Kiss From a Rose" apaixonadamente no karaokê. Os ouvintes mais novos se lembrarão do fenômeno John Legend, embora Banks esteja menos inclinado ao pop.

Além de seus dois EPs, 'Monologue' e 'The Paradox', Jacob Banks fez três participações especiais expressivas na própria carreira: acrescentando o tom de doçura na vibrante "Doing Ok", do Wretch 32, aos sintetizadores da na faixa "Alive", do Chase & Status e em "Blame It On Love", do Uppermost.



O EP 'Monologue' foi lançado em 26 de abril de 2013, uma data azarada: no mesmo dia, o acidente de Rana Plaza revelava ao mundo as horrendas condições de trabalho nas sweatshops. Ainda assim, timidamente, o EP mostrava o seu brilho. "Worth", primeira faixa de sucesso do músico, nos fala sobre os receios de se lançar ao mundo. Otimista, os versos falam sobre enxergar uma luz esperançosa e janelas se abrindo.

"Homecoming" nos lembra a ação saudosista de "Coming Home", de Leon Bridges: um jovem sai de sua casa humilde no campo para enfrentar o mundo, e agora volta ao antigo lar. A narrativa de 'The Monologue' segue tímida, com um apelo desesperado a uma pessoa difícil de amar em "Hostage". "YOLO" interrompe o clima, e o soul de Jacob Banks torna-se colorido com elementos de chocalho tropicais.



"Move With You", single lançado em 2014, traz a face mais alegre do soul music. Corais vibrantes acompanham os vocais sensuais de Jacob Banks ao melhor estilo rockabilly. Um ótimo sinal do EP que estaria por vir.



'The Paradox', lançado no dia 21 de julho deste ano, é uma amostra do amadurecimento musical de Jacob Banks. A primeira canção do álbum é "Sink Or Swim", uma balada blackpower com vocais masculinos envolventes, que nos remete ao trabalho de Phil Collins e a energizante "In Your Eyes" de Peter Gabriel. Apesar de minhas referências vintage, "Sink Or Swin" é uma canção atemporal, livre de modismos.

Uma das grandes canções de 'The Paradox' é "Grace", que traz o pop soul contemporâneo para embalar versos repletos de urgência. Aqui, os vocais de Jacob Banks não só demonstram maior força como também são complementados por doces backing vocals masculinos, traçando um clima de flerte e sensualidade.



"You Don't Even Call Me", "Unknown" e "Silver Lining" são baladas potentes: os arranjos e os vocais amadurecidos de Jacob Banks cativarão os fãs do trabalho de Adele e, mais recentemente, do The Weeknd. Atenção para os backing vocals em "Silver Lining".

"Monster" é uma das maiores candidatas a hit do álbum - já no Spotify, ela é a canção mais ouvida de 'The Paradox'. Sons de palmas e elementos de percussão seguem vocais ferozes, que nos capturam como se estivéssemos em uma celebração tribal. "All Mine" é deliciosa, com batidas amenas e moderadas participações de sintetizadores. Não parece ser a melhor escolha para finalizar um álbum tão quente e rico em elementos sonoros, mas talvez seja uma pausa para descansar.

Entre 'The Monologue' (2013, Atlantic Records) e 'The Paradox' (2015, Atlantic Records), há um grande salto estético. Se o primeiro é um trabalho tímido e inseguro, o segundo se impõe com ousadia e gestos calorosos. Sinal verde para o soul e o R&B: Jacob Banks tem força para ser um sucesso duradouro!

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