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Resenha: Lana Del Rey - 'Honeymoon'



Quando Lana Del Rey anunciou seu quarto disco de estúdio (terceiro se desconsiderarmos ‘Lana Del Ray A.K.A. Lizzy Grant’), o mundo da música se perguntou o que aconteceria na era pós-Ultraviolence. Lana mergulharia ainda mais fundo na psicodelia e indie rock vistos no último registro? O que recebemos como resposta foi a afirmativa de que ‘Honeymoon’ soaria mais próximo de ‘Born To Die’ do que o registro anterior, coisa que não nos convenceu com o lançamento da faixa-título do novo trabalho. Mas agora que ele está entre nós, tentarei responder à essa pergunta que desperta tanto nossa curiosidade: Del Rey conseguiu realmente fazer isso?

‘Honeymoon’ é um disco extenso. Com pouco mais de uma hora de duração, padrão um tanto quanto em desuso atualmente, o registro apresenta uma Lana Del Rey mais focada em fazer algo do que se orgulhe, já que não precisa mais provar (se é que um dia precisou) para a crítica que não é apenas mais um rosto bonito a cruzar a barreira do alternativo e rumar direto ao topo do mainstream – fato esse digno de nota: Del Rey é uma das poucas cantoras que consegue figurar em ambos os mundos de forma consistente, sem necessariamente tomar partido em algum deles.

Após liberar a faixa-título, a norte-americana compartilhou com o mundo o primeiro single oficial do trabalho. “High By The Beach” trouxe o sopro de vida – se é que podemos dizer isso da cantora, que tanto esperávamos. Com sua batida baseada no hip-hop e sua letra abordando sua insatisfação com seu amado, enquanto busca a libertação disso, Lana conseguiu fazer com que os holofotes se voltassem para ela mais uma vez de forma muito positiva. Cito também o clipe da faixa, já icônico na videografia da cantora, vide todas as montagens maravilhosas geradas a partir do original.



Orbitando em torno de uma temática principal – amor e suas derivações, pelo amado ou pela fama, ‘Honeymoon’ soa em alguns momentos artificial e em outros muito honesto e coeso, de sua capa contendo um número dos antigos chats por telefone e referências à empresa de transporte de turistas para visitar casas famosas nos Estados Unidos, até cada acorde e letra cumpridores do propósito assumido por Lana, fazendo o equilíbrio perfeito entre tudo o que Del Rey produziu até hoje.

Faixas como “Music To Watch Boys To”, onde a cantora se declara para o amado, mergulhada em diversas referências, íntimas desde o tempo de ‘Born To Die’, “Terrence Loves You”, que referencia David Bowie e sua “Space Oddity” em sua letra, “Freak” e “Religion”, como declarações de amor e entrega intensas, fazem do trabalho uma ode à busca por esse sentimento tão intenso, ainda que ele possa trazer consigo dor, perda e sofrimento.



Única faixa que destoa da ideia principal do disco, “Salvatore” apresenta Lana mergulhada em sensações italianas – algo que pode ser influência do romance com o fotógrafo italiano Francesco Carrozzini. Destaque também para o segundo cover da cantora Nina Simone que Lana faz, com a faixa “Don't Let me be Misunderstood” (o primeiro foi a faixa “The Other Woman”, em ‘Ultraviolence).



Por justamente voltar às origens, revivendo tudo o que foi feito em ‘Born To Die’, mas sem deixar de lado os acertos encontrados em ‘Ultraviolence’, ‘Honeymoon’ pode ser considerado o melhor trabalho de Lana Del Rey até o presente momento, o que nos deixa já ansiosos pelo próximo registro de estúdio da artista. Lembrando ainda que, em entrevista recente, a nova-iorquina afirmou que pretende divulgar um registro a cada 15 meses. Até lá, estamos todos em lua de mel com Del Rey e seu doce disco.



Ouça: “Music To Watch Boys To”, “High By The Beach”, “Freak”, “Religion”.

 Nota: 9/10 

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